terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Organização da caixa de brinquedos...

Me lembro como se fosse ontem... Eu entrei no grupo e comecei a dançar! Depois veio o circo admiravelmente bonito de se ver, mas também dificilmente chato de se praticar.
Bom, meu trabalho de corpo partiu desse encontro com a dança e o circo.
Dança Contemporânea.
Acrobacia Solo e Aérea.
Mesmo não tendo quase nada de conhecimento sobre meu corpo, descobri que amava trabalhá-lo e que não conseguia ficar sem ativá-lo por longo tempo.
Ao desenvolver minha consciência corporal no curso de teatro, tudo passou a ter um enorme sentido.
Tudo estava em seu lugar.
Ou melhor.
Nada estava em seu lugar certo.
Organização. Orgânico + Ação.
Quando penso nessa palavra, lembro de uma caixa de brinquedos, por exemplo, toda arrumada. Logo o desorganizado seria um monte de brinquedos esparramados pelo chão do quarto. Partes não encontrada, mas que fazem toda diferença para o funcionamento de um carrinho.

Corpo.
Minha idéia de organização do corpo humano sempre se deu pela irradiação de uma ativação da percepção do posicionamento da coluna vertebral com relação às outras partes do corpo.
Entendeu? Meio confuso, não? É pra mim também.

Educação Somática.

Tudo isso pra exemplificar minhas crises corporais e minhas resoluções de problemas através da disciplina. A partir do Método Bertazzo, percebi que minha idéia de organização partindo da coluna estava totalmente errada. Parte não só da coluna, mas de todas as partes. É a união do todo. Sendo que podemos focar uma seqüência para se ativar o corpo, como formar o arco do pé, rotar o joelho, rotar a articulação coxofemoral, e assim por diante.


Através das seqüências trabalhadas em sala, fui observando que esse processo de organizar o corpo, ter uma maior conexão entre percepção corporal e ter visivelmente uma diferença no corpo físico, é uma tarefa árdua, pois ter esse controle do todo traz uma desestabilidade devido a nossa referência de conforto, ou seja, meu braço está muito esticado, mas essa é a minha sensação de estar esticado e que na verdade ainda faltam alguns centímetros pra se esticar completamente.
Obtive boa parte desse controle.
Parte. (A respiração ainda representa uma barreira pra mim, no Tai Chi Chuan. Se bem que esta prática me deu de presente uma qualidade diferente de movimento, um trabalho com as mãos e com os joelhos fletidos, foi muito gostoso de fazer a improvisação partindo desse registro do Tai Chi).

Trago também uma reflexão ou uma dúvida simplesmente, que me instigou durante uma aula de consciência corporal.
Como pode ficar organizado um corpo que está fora do eixo, ou está desalinhado? Bom, pensei comigo, está desalinhado com relação a que? A partir daí foram surgindo novas idéias na minha cabeça do que seria uma organização de corpo.
Pois então, meu corpo pode estar totalmente distorcido, fora do eixo, mas se estou acionando todas as partes dele, como por exemplo, tendo o meu cóxis encaixado na posição isso também está dentro da idéia de organização.
Orgânico e ágil.
Creio que mesmo tendo pouco tempo para assimilar algumas questões no corpo (as leituras foram essenciais para o entendimento da prática), pude ver um progresso da primeira vez que fiz a seqüência pra o final, pois mostrava maior agilidade e consciência no corpo. Posso pontuar algumas coisas como a estabilidade do quadril na sequencia do arco, a formação o arco de pé mais definida que antes, a fluência na passagem de uma posiação para a outra, controle da respiração nas posições, diferentemente do Tai Chi, localização das partes em cada posição.
Foi extremamente válida essa disciplina de Educação Somática, pois reforçou meu interesse por atividades corporais e interesse de descobrir a cada dia, mais possibilidades que meu corpo oferece, tanto no teatro, quanto para o meu dia-a-dia.

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